O
Projeto Cultivando Saberes é uma iniciativa do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) que, em Sergipe, conta com o apoio da
Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) para a sua
realização. Seu objetivo é multiplicar conhecimentos entre os
extensionistas que atuam como prestadores de assistência técnica e
extensão rural, tendo como foco principal as políticas públicas voltadas
para os agricultores familiares e assentados de reforma agrária. E para
fechar mais um ciclo de dois cursos, com carga horária de 160 horas,
dividida em quatro módulos, aconteceu em Boquim, no último dia 24, o
encerramento de mais um processo de Formação de Agentes de Ater.
Os
eventos foram realizados nos meses de julho e agosto/2012 com a
participação de 40 pessoas entre treinandos, técnicos das Secretarias de
Agricultura de Itabaiana, Estância, Poço Redondo, Frei Paulo, dos
Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Areia Branca,
Boquim e Pirambu, da Pronese, da Proagi, da Universidade Federal de Sergipe, do Centro de Formação Profissionalizantes Dom José Brandão de Castro em Poço Redondo, da Escola Família Agrícola em Ladeirinha/Japoatã e ainda da Emdagro.
Os
conteúdos abordados versaram sobre os diversos programas e políticas
públicas criadas pelo MDA e outros Ministérios direcionados para os
agricultores familiares e assentados de reforma agrária, deste
destaca-se o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); o Programa
Estadual de Aquisição de Alimentos (PAA/SE); Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN); Organização de Controle Social; Agrotóxico e
Agroecologia; Programa de Análise de Resíduos nos Alimentos; Concepção
Pedagógica de Ater; Concepção do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP)
com suas Técnicas e Ferramentas; Comunicação; Concepção da Pedagogia
Mexpar destacando Paulo Freire, Pedro Demo e Piaget; Trajetória da
Extensão Rural; PNATER; Chamadas Públicas, Políticas Públicas, Crédito
Rural, Espaços Territoriais, Defesa Vegetal e Animal entre outros.
Para
nortear a dinâmica dos eventos foram adotadas metodologias
participativas de Ater e de comunicação rural com ênfase no conteúdo
pedagógico que suscitaram a participação interativa entre facilitadores e
treinandos, destacando assim, as mensagens reflexivas, as dinâmicas de
aproximação, de vitalização e da criatividade através dos comitês de
organização, de relatos e cultural que suavizaram os conteúdos
abordados. As visitas técnicas junto às unidades de produção familiar,
possibilitando manter o diálogo com homens e mulheres do campo,
proporcionaram aos participantes perceberem a importância da relação de
afinidade e de compromisso com o trabalho entre os agricultores e os
extensionistas para o processo de transformação social.
Como
fruto desses eventos, pode-se destacar a criação da Rede Saberes da
Terra (já em pleno funcionamento e sob a coordenação da Assessoria de
Comunicação da Emdagro.), com o objetivo de integrar os agentes de Ater,
trocar experiências e fortalecer as ações de Assistência Técnica e
Extensão Rural.
Para
a equipe de coordenação do curso, composta pelas técnicas Abeaci dos
Santos, Iracema Maria Silva Fontes, José Mario Caries Viana e Marielze
Santos Figueredo Lima e Dinari Vieira dos Santos, os
cursos de Formação de Agentes de Ater, dentro do Projeto Cultivando
Saberes, refletem a necessidade de avançar cada vez mais no processo de
formação técnica, político e social dos extensionistas que atuam junto
aos agricultores familiares e assentados de reforma agrária na
perspectiva de que possam ser garantido o acesso dessas categorias de
agricultores as diferentes políticas públicas criadas no âmbito do MDA e
demais Ministérios.
Ao
todo, participaram do Projeto Engenheiros Agrônomos, Assistentes
Sociais, Engenheiros Ambientais, Administradores, Técnicos em
Agropecuária, Técnicos em Agroindústria, Estudantes do curso de
história, Concludentes dos Cursos Profissionalizantes em Agroindústria e
Agropecuária e, como facilitadores das temáticas, participaram técnicos
da Emdagro, Fetase, Incra, da Seids, Secretarias da Saúde e Educação,
Pronese, Cooperafes e ainda do MPA que, utilizando um debate interativo,
oportunizaram momentos importantes de reflexões sobre os temas
discutidos.
Depoimentos
Satisfeita com o processo de formação de Ater, a concludente do Curso Técnico em Agropecuária no Centro de Formação Profissionalizante Dom José Brandão de Castro em Poço Redondo,
Joelma Barreto de Goes, disse que o projeto vai auxiliá-la, inclusive,
na elaboração de sua monografia. “Os dias que passamos aqui trocando
experiência mudou minha visão e vai me ajudar até na apresentação da
minha monografia depois do estagio, pois já estava pensando como eu iria
fazer para enfrentar uma banca de professores e as perguntas que vão
surgir. Mas agora ficou muito mais fácil”.
“O
curso atingiu todas as minhas expectativas porque eu ainda não tinha
conhecimento sobre a política de Ater e o que mais me chamou atenção foi
essa integração entre o homem do campo e o técnico. Entendo que a gente
com essa formação de Ater, pode se expressar melhor com as famílias do
campo”, observou Rivalbervan dos Santos Souza, também concludente do
Curso em Agropecuária do Centro de Formação Profissionalizante Dom José
Brandão de Castro.
Outro
concludente, João Freitas Militão, destacou a importância da prática.
“Esse curso, para mim, foi uma renovação de aprendizagem porque fiquei
afastado durante muito tempo dos bancos escolares e nesse treinamento
tive condições de entender que existem várias alternativas para
trabalhar mesmo numa região como no Alto Sertão. Percebi que as
ferramentas é uma maneira muito interessante de fazer pesquisa”.
Para
o Diretor do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Boquim, José Carlos de Jesus Santos, “esse curso teve uma visão
diferenciada e, por isso, é muito importante que eventos dessa natureza
possam está sendo desenvolvidos, buscando parcerias como a Emdagro.
Espero que outras pessoas também possam ter essa oportunidade”.
Já
o técnico em agropecuária da Emdagro de Lagarto, José Alberto de
Carvalho, disse que “sua expectativa inicial era uma busca e o desejo do
aprendizado e ao final do evento concluiu que alguns pontos no
cotidiano do seu trabalho com extensionista precisam ser refletidos”.
“As
informações foram importantes para socializarmos com a base sindical de
Pirambu as principais ações de uma Ater de qualidade. Podemos
compreender que Ater não é apenas levar conhecimentos, mas
compartilhamento. Ainda achei importantes as ferramentas porque temos
condições de definir melhor as necessidades nas bases que atuamos”,
destacou a representante do Movimento Sindical dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Pirambu Maria das Graças Santos.
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