ON LINE

sábado, 3 de dezembro de 2011

FIQUE DE OLHO: Amaral Lemos, nosso palco é a rua

III Gincana de Educação Ambiental promovida pelo Colégio Amaral Lemos leva as ruas de Pirambu discussão sobre “A Biodiversidade: Pirambu e suas potencialidades
Por Claudomir Tavares * | claudomir21@bol.com.br

Amaral Lemos é considerada o berço cultural de Pirambu

Fundada em 11 de março de 1970, o Grupo Escolar José Amaral Lemos faz parte da História da Educação em Sergipe, ao reunir em sua trajetória algumas das mais belas páginas da educação de Pirambu. Nesse período oscilou entre uma escala que vai de “escola de vidro” a “berço cultural de Pirambu”, posição que aldiquiriu a partir de 2005, quando a instituição, antes fechada entre si, abre-se a sociedade, situação meio que forçada, graças a resistência de alguns educadores que enchergavam além dos muros da escola, que já dispontava no cenário regional, como uma das mais atuantes no raio geográfico da Diretoria Regional de Educação (DRE-04).

Ao longo das décadas, evoluiu para Escola de 1º Grau José Amaral Lemos (1981), depois para Escola Estadual José Amaral Lemos (1989) e finalmente para Colégio Estadual José Amaral Lemos (a partir de 1995), condição que ostenta até hoje, oferecendo em três turnos (matutino, vespertino e noturno) ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) e médio (do 1º ao 3º ano), sendo uma referência em Sergipe nas modalidades: esporte, ação pedagógica e gestão escolar, tendo alcançado premiações que lhe credencia no âmbito estadual.

A escola passou por diversas fases, mas que se completam, reunidas ao longo de 41 anos de uma das mais bem sucedidas experiências em educação pública de Sergipe, cujos resultados são não apenas visíveis e perseptíveis, mas principalmente refletem em nossas vidas, a partir de seus exemplos, que tem atraído para as ações e projetos, ex- estudantes, ex-professores, pais de alunos, a sociedade pirambuense, que tem lhe retreibuído aos chamamentos.

Gincanas Estudantis

Dentro das váias ações desenvolvidas ao longo de sua trabetória, uma delas está comemorando 30 anos de sua realização. Em 05 de dezembro de 1981 a instituição promovia a 1ª Gincana Estudandil, idealizada por professores como Josefina Ferreira, tendo o apoio da então diretora Selma Maria Silva Prado, recentemente homenageada pela instituição quando da inauguração do Espaço Cultural Ester do Amparo, sua primeira diretora. As gincanas estudantils, realizadas no interior da instituição, aconteceram por mais três edições, sendo esta última coordenada por formando da primeira 8ª Série, em dezembro de 1984. Daquele ano até 1994 estabeleceu-se um “grande inverno” que só teria o canto da andorinha dez anos depois.

Miss Pirambu 2004

No segundo semestre de 2004 era realizada pela primeira vez o Concuso Miss Pirambu, sendo vencido pela aluna da 8ª série Lígia Lima Ferreira, sendo estes um dos primeiros prêmios conquistado pela Escola de 1º Grau José Amaral Lemos. A candidata, juntamente com outras representantes de cidades (entre as quais a saudosa Rita de Cássia, da cidade de Japaratuba) dos Vales do Japaratuba e Cotinguiba disputaram o título na cidade de Maruim. Mas o que tem a ver o Miss Pirambu com a trajetória da escola? Veremos mais adiante.

Gincanas Estudantis: Desportivas-Culturais 1

Em 1994 o projeto de gincanas é retomado por professores da instituição, destacando-se o empenho do professor José Joaquim Silva Santos (Geografia), que pensou e coordenou o projeto. Naquele ano, acontecia a 1ª Gincana Desportiva-Cultural, realizada no pátio coberto da instituição. O professor Joaquim, que mais tarde seria nomeado Diretor Técnico-Pedagógico da escola é um nome que será lembrado como um dos mais proeminentes colaboradores para que a escola alcençasse no ano seguinte o título de “Berço Cultural de Pirambu”, quando a partir das homenagens aos 25 anos da escola e dos 30 anos de Emancipação Política de Pirambu, renumerou a gincana como 6ª Gincana Estudantil – Desportiva e Cultural do Amaral Lemos, sendo desta vez realizada fora dos muros da escola.

Gincanas Estudantis: Desportivas-Culturais 2

Ainda sob o comando do professor Joaquim, aconteceu mais uma gincana, a 7ª, sendo estas duas realizadas na Praça da Rodoviária, onde aconteciam as modalidades culturais, com ampla participação da sociedade pirambuense. As atividades esportivas, como “caça-ao-tesouro”, atletismo e futsal, por exemplo, eram realizadas uma semana antes, ou ao longo da semana, totalizando o conjunto das atiuvidades 30% dos pontos sendo os demais 70% atribuídos as modalidades culturais, cujo valor maior era dado ao “Quadro Livre”, quando Pirambu revelou ízimos atores, embriões para a peça “Potável necessita de ajuda”, premiada com o título estadual promovido pela SEED em 05 de Junho de 2001, no “Dia Mundial da Água”.

Erros históricos

Perceba que naquela época Pirambu comemorava equivocadamente e em face de erro histórico de seus administradores, sua emancipação em 08 de agosto (data da instalação do município que deu-se em 1965) e não em 26 de agosto (data da aprovação da Lei Nº 1.234/63, quando foi criado o município). Uma aberração histórica foi a inversão de prioridades, ao realizar o 2º Concurso Miss Pirambu, o título ao invés de ser repassado pela ex-estudante Lígia Lima Ferreira (proposta que defendíamos e fora derrotada) foi entregue pela Miss Japaratuba 2004 (numa subserviência defendida pela maioria dos professores da escola, que eram daquela cidade). Venceu o concurso, com toda justiça, a estudante Michele Santos.

Encolhimento e subdimensão do valor das gincanas

A partir de 1997 até 1999, quando foram realizadas as 8ª  10ª edições, as gincanas retornaram ao seu caráter simplistas, sem os valores e dimensões dos anos anteriores, dividida-se em fundamental menor e fundamental menor. Talvez esteja aí a justificativa para que estas não fossem realizadas até 2009, mais uma vez decorridos uma décadas de “grande outono” sem as disputas que mobilizaram amplos setores da sociedade e ecoaram em toda a região.

Um choque de gestão 1

A escola que, na virada do século XX para o XXI alcançou momentos chorosos, acentuando-se a partir de 2000 até 2001, volta a adquirir credibilidade a partir de 2002, quando assume a direção pela primeira vez a professora Tereza Cariri, antes perseguida pela administração municipal e agora chegando a esta condição como uma espécie de prêmio a sua luta e resistência para permanecer como professora da instituição, já que ela estava vinculada anteriormente ao SOMEM (Sistema Organizacional Modular do Ensino Médio), vinculado em nossa cidade ao Amaral Lemos desde 1995 (o Somem formou as primeiras turmas de Pedagogia e Contabilidade em 1997). Tereza permaneceu na direção até o início de 2003, “vencendo desafios”, conforme registrava o Boletim Informativo da escola.

Momentos de refluxos e atitudes

Com a posse de um “novo” governo em 2003 (João Alves Filho), são empossadas novas diretoras, entre as quais as saudosas Antônia Rosa e Nena e o professor Rubens Santos, ex-atleta e ex-técnico de futebol do Clube Sportivo Sergipe, mas possivelmente pela falta de sintonia com a comunidade estudantil, educadores e a comunidade no entorno da escola, esta viveu um momento de refluxo, que só seria retomado a partir de 2007 com o retorno da professora Tereza Cariri a direção da escola.

A volta da que não foi

O retorno da professora Tereza Cariri a direção da escola foi festivamente celebrado pela socieadade pirambuense, que sempre aplaudiu suas atitudes como professora e gestora da Escola Experimental (que tem deixado muita saudade) e do próprio Amaral em tão pouco tempo. Foi aí que a escola voltou a se inserir no cenário estadual, voltando a lograr os loros da vitória nas frentes pedagógicas, esportivas, culturais e de gestão.

SOS Rio Japaratuba

Uma iniciativa bastante louvável nesta retomada, foi a realização em setembro de 2006 da 1ª Caminhada Ecológica, quando os estudantes saíram as ruas empunhando a bandeira histórica em defesa do maior pafrimônio natural da região, o Rio Japaratuba, cuja bacia hidrográfica é a única genuinamente sergipana.

Manguezal: berçário natural da vida marinha

No ano seguinte aconteceu,m também em setembro, a 2ª Caminhada Ecológica, onde sainbdo em passeata pelas ruas da cidade, os estudantes visitaram o manguezal localizado entre o bairro Pirambuzinho e o Riacho do Cascalho, recolhendo toneladas de lixos que foram trazidos para frente da escola e de lá dado o destino final (diga-se de passagem, a Lixeira do Cajueiro Torto, na Croa, localizada nas próximidades do povoado Aguilhadas).

Um abraço na Rebio Santa Isabel

A 3ª Caminhada Ecológica do Amaral Lemos realizou-se em outubro de 2008, reunindo estudantes e professores em caminhada pelas ruas da cidade, em direção a Reserva Biológica de Santa Isabel (Projeto Tamar), reconhecendo nesta instituição seu grau de importância não apenas na perspectiva da Educação Ambiental, mas na formação de gestos de atitude, de cidadania, em função de sua inseração social, desde 1982 quando instalou-se aqui uma das primeiras bases do Tamar/IBDF no Brasil.

Feira Científico-Cultural

Avançando na perspectiva de ampliar as ações pedagógicas desenvolvidas na sala de aula, abrindo-se cada vez mais a comunidade, a escola promoveu em 2007 e 2008 duas feiras científico-culturais, abordando os mais variados aspectos e elementos da interdisciplinaridade. A segunda edição, realizada em 28 de novembro de 2008 teve como tema “Por uma vida melhor”, sendo estes projeos coordenados por professores das áreas, entre os quais Miguel (Física e Química) e Tarcizio (Biologia).
Educação ambiental pelas trilhas de Pirambu
A “ousadia” da escola não tem fronteiras (nem barreiras) e avançou os limites da sede do município, ao realizar em 2009 uma caminhada que incluiu entre Lagoa Redonda e os limites com o município de Pacatuba (ponto de conflito pela área de exploração do petróleo, objeto de disputa judicial ainda insolúvel entre os dois municípios) praia, zona costeira, dunas, restingas, cachoeiras e lagoar, uma das mais significativas ações de educação ambiental da história da educação pública em Sergipe.

Biodiversidade na ordem do dia

Esta projeto ampliado, resultou na realização da I Gincana de Educação Ambiental do Amaral Lemos em 2009, abrindo caminho para a realização da II Gincana de Educação Ambiental em 2010, que passou a ter um tema fixo: “Biodiversidade: Pirambu e suas potencialidades”, tendo “carater lúdico, cultural, multidisciplinar e pedagógico e será parte dos pré-requisitos de avaliação das disciplinas do currículo dos níveis fundamental e médio”, conforme divulgado no Blog do Amaral Lemos em 21 de Outubro daquele ano. A gincana foi realizada na Praça de Eventos em 14 de novembro reunindo milhares de populares, incluindo estudantes, professores, funcionários, coordenadores, gestores, pais de alunos e convidados, no mais significativo momento daquela escola que se credenciava definitivamente como um pólo de educação no mais alto grau de sua essência.

Uma Gincana em construção

Estudantes e professores daquela instituição e parceiros recrutados pelas quatro equipes (Carcará/Verde, Camarões/Vermelho, Girassol/Amarelo e Azulão/Azul), estão desde o início de novembro imbuídos da responsabilidade de construção da III Gincana de Educação Ambiental – Biodiversidade: Pirambu e suas potencialidades, cujo marco se dará neste sábado, a partir das 14 horas, na Praça de Eventos da cidade. Mas a gincana já teve início com a pesquisa e apresentação de quatro projetos, a saber: Equipe Verde – “Nossa praia mais limpa”, Equipe Vermelha – Lixo orgânico, destino da casca do camarão”, Equipe Amarelo – “Recolhimento e destino de materiais recicláveis em Pirambu” e Equipe Azul – “Coleta e destino do lixo domiciliar em Pirambu”, apresentado na noite de ontem (02) em Seminários Científicos em que foram mostrados os resultados, sendo sugeridas as alternativas para cada um dos problemas levantados.

Nosso palco é a rua

Considerando o grau de importância deste evento promovido pelo Colégio Estadual José Amaral Lemos, que diferente das demais escolas públicas de Sergipe constroi um “projeto de escola”, ao invés de “escola de projetos”, ficam os senhores convidados para abrilhantar com suas presenças a mais bem sucedida experiência pedagógica de educação ambiental que leva logo mais a partir das 14 horas a Praça de Eventos, ações de cidadania, gestos de atitude que devem ser multiplicados.

Mensagem do dia:

“Aqui estão presentes as pessoas que fazem a diferença em nossa cidade, que fazem as coisas acontecer e por isso, sejam todos bem vindos a III Gincana de Educação Ambiental do CEJAL” (Tereza Cariri)

* Claudomir Tavares (43) é professor concursado da rede pública municipal em Pirambu, estadual em Propriá e do Pré-Universitário (Pré-UNI/SEED). Licenciado em História, com aperfeiçoamento e especialização em Gestão de Recursos Hídricos (UFS), especialização em Metodologia do Ensino Superior (FSLF) e Mestrando em Ciências da Educação (USC/PY). Críticas e sugestões são valiosas: claudomir21@bol.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário